O Streptococcus do grupo B, também conhecido por Streptococcus agalactiae, S. agalactiae ou SGB, é uma bactéria que está presente naturalmente no trato gastrointestinal, urinário e na vagina sem que cause qualquer sintoma. No entanto, em alguma situações, essa bactéria é capaz de colonizar a vagina, podendo trazer complicações durante a gestação e no momento do parto, por exemplo, já que como não há sintomas, a bactéria pode passar da mãe para o bebê, o que pode ser grave em alguns casos.
Como há risco de contaminação do bebê, a recomendação é que entre a 35ª e a 37ª semana de gestação seja feito um exame laboratorial popularmente conhecido como exame do cotonete para que seja verificada a presença e quantidade de Streptococcus B e, assim, possa haver planejamento quanto à realização do tratamento durante o parto.

Exame do cotonete na gravidez
O exame do cotonete é um exame que deve ser realizado entre a 35ª e a 37ª semana de gestação e que tem como objetivo identificar a presença da bactéria Streptococcus agalactiae e sua quantidade. Esse exame é feito no laboratório e consiste na coleta, usando um swab, de amostras da vagina e do ânus, já que são os locais em que se pode verificar com mais facilidade a presença dessa bactéria.
Após a coleta, os swabs são enviados para o laboratório para serem analisados e o resultado é liberado entre 24 e 48 horas. Caso o exame seja positivo, o médico verifica se há sintomas de infecção e, caso seja necessário, pode indicar a realização do tratamento, que é feito por meio da administração diretamente na veia de antibiótico algumas horas antes e durante o parto.
O tratamento antes do parto não é indicado pelo fato de ser uma bactéria encontrada normalmente no organismo e, caso seja feito antes do parto, é possível que haja as bactérias voltem a crescer, representando risco para o bebê.
Sintomas de infecção pelo Streptococcus do grupo B
A mulher pode ter infecção pelo S. agalactiae em qualquer momento da gravidez, já que a bactéria está presente naturalmente no trato urinário. Quando a infecção não é tratada corretamente ou o exame para a identificação não é realizado, é possível que a bactéria passe para o bebê, gerando sinais e sintomas, sendo os principais:
- Febre;
- Problemas respiratórios;
- Instabilidade cardíaca;
- Alterações renais e gastrointestinais;
- Sepse, que corresponde à presença da bactéria na corrente sanguínea, o que é bastante grave;
- Irritabilidade;
- Pneumonia;
- Meningite.
De acordo com a idade em que surgem os sinais e sintomas de infecção por Streptococcus do grupo B no bebê, a infecção pode ser classificada como:
- Infecção de início precoce, em que os sintomas surgem logo nas primeiras horas após o nascimento;
- Infecção de início tardio, em eu que os sintomas surgem entre o 8º dia após o nascimento e os 3 meses de vida;
- Infecção de início muito tardio, que é quando os sintomas aparecem após os 3 meses de vida e está mais relacionada com meningite e sepse.
Caso haja sintomas de infecção nos dois primeiros trimestres de gestação, o médico pode recomendar o tratamento com antibióticos, para evitar complicações durante a gravidez, como aborto espontâneo ou parto prematuro, por exemplo. Mesmo que tenha sido feito para tratamento para combater o S. agalactiae durante a gravidez, é importante que a gestante faça o exame do cotonete para identificar a bactéria e evitar que seja passada para o bebê.
Saiba como reconhecer os sintomas de Streptococcus do grupo B e como é feito o tratamento.

Fatores de risco
Algumas situações aumentam o risco de transmissão da bactéria da mãe para o bebê, sendo os principais:
- Identificação da bactéria em partos anteriores;
- Infecção urinária por Streptococcus agalactiae durante a gestação;
- Trabalho de parto antes da 37ª semana de gestação;
- Febre durante o trabalho de parto;
- Bebê anterior com Streptococcus do grupo B.
Caso seja verificado que há grande risco de transmissão da bactéria da mãe para o bebê, o tratamento é feito durante o parto através da administração de antibiótico diretamente na veia. Para evitar complicações, veja quais são os exames que devem ser feitos durante o terceiro trimestre de gravidez.